sexta-feira, 23 de julho de 2010

Poemaparagentedesconhecida 13

Chapa.
Chapa pensador.
A incerteza chapando os cotovelos.
No boné que esconde seus cabelos.
Dia trabalhador.
Chapa.

Chapa.
Descarrega.
Caminhões, sacarias, sonhos.
Semblante de céus tristonhos.
Desassossega.
Chapa.

Chapa.
Perseverante.
No mesmo ‘’bat’’ canal habitual.
A marmita embrulhada no jornal.
Paralisante.
Chapa.

Chapa.
Esperança.
Escrita no banco de alvenaria.
Suor herdado na dobra do dia.
Andança.
Chapa.

23/07/2010
Dedicado ao ‘’Chapa’’ que tem como ponto o Parque Fernando Costa, um homem que vive na espera de novos carregamentos, oportunizando a sua digna sobrevivência.
Meu respeito e minha admiração.


Poemaparagentedesconhecida 12


Menino sentado.
Joelho dobrado.
Mão no alambrado.
Olho vidrado.

O que será que ele pensa!
Da vida, da crença.
Faz ou não diferença.
A realidade que se adensa.

Menino sentado.
Corpo emoldurado.
A terra ao seu lado.
Chinelo dobrado.

O que será que ele vê!
Super heróis da tv.
Fadas ninando bebês.
Afinal, quem ele já deixou de ser?


23/07/2010
Dedicado a esse menino de olhares compenetrados.

domingo, 18 de julho de 2010

Poemaparagentedesconhecida 11


Carroceiro.
Pastagem silenciosa.
Grama saborosa.
Na boca do seu companheiro.

Rédeas soltas, libertas.
A carroça estática.
Mas na prática.
As rodas têm asas, porem encobertas.

Tempo retardo.
A eternidade em cada mastigada animal.
Tempo de ver o relevante e o banal.
Acertando as compreensões sem dardo.

Camisa branca ao vento.
Corda, crinas, pneus.
Profundidade humana de um deus.
Na pele operaria do seu sustento.


23/07/2010
Dedicado ao ilustre carroceiro do Bairro Boa Vista.








sexta-feira, 16 de julho de 2010

Poemaparagentedesconhecida 10


Senhora.
Olhar atento ao tempo passante.
Brincos que adornam o semblante.
Instantes presos nas estantes das indagações.
Mãe dos poemas envolventes.
Dentes escondidos.
Brilhantes de palavras sob a pronúncia escondida.
Dividindo a foto de roupa passada com meu pensamento mal passado.

16/07/2010

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Poemaparagentedesconhecida 9

Quem veio, trouxe o receio ou a alegria?
Será que a ida foi sem choro.
Ou um coro de olhares seguiram que partiu?
Indagações instigantes.
Como será o nome dessa pessoa!
Sentada num banco de onibus em plena estrada dantesca.
Era solteira ou casada?
Tinha filhos ou nem ventre tinha?
Quem era essa pessoa?
Sonhadora ou pé no chão?
Um bilhete de passagem pode dizer certas verdades.
Ele_ o bilhete_ foi encontrado no pé de uma praça.
Sem graça, todo sujo e abandonado.
Minha mão o achou e carregou para o scaner das transparências.
O botão de digitalizar deu-lhe outro sentido.
Agora ele vive.
Sobrevive para contar as estórias de quem o desprezou.
Setenciando ao esquecimento o papel dessa gente desconhecida.


12/07/2010 Dedicado a(o) ?

Essa passagem foi encontrada na Praça Jorge Franje, Uberaba MG.

domingo, 11 de julho de 2010

Poema Para Gente Desconhecida 8

Vendedor de bala de goma.
Bala de cor.
Objeto mastigável na noite densa.
De bar em bar.
De mesa em mesa.
Demétrio oferece bala de goma.
Mas não se rende.
A alma intacta é bem mais doce do que o doce que ele vende.
11/07/2010 Dedicado ao Demétrio.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Eu mesmo.
Salve Mangueira.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Poema Para Gente Desconhecida 7

A Aina mora aqui.
Aqui do lado.
No bom bocado do riso.
Nem é preciso dizer nada.
O olhar dessa menina sentencia os diálogos.
Veste a roupa de Rainha prematura.
E a altura dessa realeza.
É do tamanho do seu infinito futuro.

6/7/2010 Dedicada á Aina, menina linda que nunca vi de perto, mas que já morro de amores por ela.

Poema Para Gente Desconhecida 6



Bandeirinha.
Mulher solta nos campos de machezas.
Cabelos libertos diante das asperezas dos cravos das chuteiras.
Perfume que transfigura o jogo.
Traz o logo e o tipo dos envolvimentos sublimes.
Não há time ou times que não cedam ás suas bandeirolas.
Esse seu toque de mulher desvia as atenções.
Homens esquecem os gols.
Adiam as comemorações.
Tendo os olhos grudados no lance, no seu relance.
Fique aqui, eternamente faceira.
Fazendo do futebol uma brincadeira recriada.
Em cada bandeirada.
Em cada desfile gracioso do seu passo flutuante.
6/7/2010 Dedicada á essa bandeirinha.